A Acupuntura é reconhecida pelo Ministério da Saúde como uma atividade complementar em Saúde, graças à Organização Mundial de Saúde e à luta dos Conselhos de Classe e dos acupunturistas técnicos, que evidenciaram competência, fidelidade e coerência aos princípios humanos da Medicina Tradicional Chinesa.
A maioria das pessoas desconhece o que realmente um acupunturista pode e não pode fazer. Bem, aqui vão alguns esclarecimentos. Infelizmente, ainda não existe uma Lei Federal que determine quais os profissionais da área de saúde (somos em 14 profissões diferentes atualmente na área de saúde), poderão exercer a prática da acupuntura. Desta forma, aproximadamente 8 das 14 através de Resoluções de seus Conselhos Federais autorizaram seus profissionais a praticarem a Acupuntura e delimitam as regras, as limitações e os pré-requisitos para que exerçam a prática. Então, não existe nenhum impedimento legal para a prática da Acupuntura pelos profissionais que têm em seus Conselhos de Classe uma Resolução específica que regulamente esta especialidade.
Os biomédicos fazem parte da segunda profissão dentre as 14, que estão autorizados à prática da Acupuntura desde 1986 (os fisioterapeutas desde 1985).
A Medicina Tradicional Chinesa tem uma abordagem diferente da Medicina Clássica e, desta forma, a formação de base do profissional só servirá para ele complementar seu tratamento. Por exemplo: um fisioterapeuta acupunturista que atende um paciente com uma osteoartrose no joelho, fará todo o tratamento baseado nas premissas da MTC e usará seus conhecimentos em fisioterapia como apoio ao que está fazendo.
O mais importante é que cada profissional tenha inteira noção de suas limitações e aprenda a trabalhar de forma multiprofissional, encaminhando seus pacientes para outros profissionais quando for o caso. Já atendi paciente cuja queixa era fraqueza e tontura e já tinha feito o seu próprio diagnóstico: "Doutor, eu preciso de acupuntura para me fortalecer!" Na anamnese que fazemos minuciosa dentro da MTC, constatei que ela sangrava abundantemente por 10 dias quando menstruava. Encaminhei-a para o seu ginecologista, que com o hemograma pedido constatou anemia severa. É claro que fizemos acupuntura após ela voltar ao consultório, já tomando seu medicamento prescrito pelo médico que pediu os exames. Com o tratamento proposto pela Medicina Tradicional Chinesa, orientação alimentar, inserção de agulhas nos pontos pertinentes à essa Síndrome Energética, ela curou-se rapidamente e seu fluxo menstrual normalizou-se.
Em todas as profissões temos bons e maus profissionais! Não podemos dizer que acupunturistas que não são médicos irão colocar em risco a vida das pessoas, pois isso não é verdade. Coloca em risco a vida das pessoas TODO PROFISSIONAL QUE SEJA NEGLIGENTE e isso temos dentro de todas as profissões: medicina, biomedicina, fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia, etc.
Vejo com bons olhos o fato de termos tantos profissionais preparados para fazer Acupuntura dentro da Medicina Tradicional Chinesa. Hoje a mídia é muito grande e cuidará de divulgar os bons e os maus profissionais e deixar a população escolher seus acupunturistas. Um psicólogo que pratica auriculoterapia em seu paciente e aproveita esse tempo para fazer a sessão de terapia, terá um sucesso grande com seu paciente.
Hoje a Acupuntura é vista como Ciência e temos biomédicos e fisioterapeutas fazendo trabalhos de Mestrado e Doutorado na área de Acupuntura, provando cientificamente a sua eficácia.
Um forte abraço para todos.
Olá Dr. José Roberto, foi publicada no site do CRBM1 a Normativa 01/2012 que trata sobre a descrição do Rol de Atividades implicadas na Habilitação em Acupuntura para os Biomédicos, entre outras. Assim como a diferenciação das atividades autorizadas pelos conselhos entre Biomédicos, técnicos e tecnólogos em Acupuntura. Isso representa uma revolução na saúde brasileira, uma vez que os numerosos técnicos em Acupuntura do Brasil, a partir de agora, serão respaldados por Conselho de Classe na Área de Saúde.
ResponderExcluirDo mesmo modo, uma série de procedimentos e técnicas terapêuticas e diagnósticas na área das Terapias Integrativas e Complementares (Medicina Alternativa), agora fazem parte do leque de atuação disciplinado pelo CFBM.
Parabéns a todos que estiveram envolvidos nesse projeto que não conta com as pompas e o alarde das publicações da Biomedicina Estética, mas que é enormemente significativo e merece todo o reconhecimento e a divulgação.
Com o Abraço.
Dimitri Marques
Salvador - Bahia