A boa notícia foi extraída da matéria feita através da leitura do jornal Folha de São Paulo, com os créditos abaixo. Parabenizo a jornalista pela iniciativa da matéria e pelo licença à Folha de São Paulo para colaborar na divulgação da matéria, que é de utilidade pública. Caso haja a impossibilidade da divulgação, peço que entrem em contato pelo e-mail do meu blog para retirarmos a matéria:
FONTE: MONIQUE OLIVEIRA, DE
SÃO PAULO (www1.folha.uol.com.br)
O novo Centro de Oncologia do HCor (Hospital do Coração de São Paulo), vai testar a eficácia de uma erva da Medicina Tradicional Chinesa, da mesma família da sálvia, contra o câncer de mama.
Os testes clínicos deverão começar em 2015/2016, em pacientes com tumores dependentes de estrógeno, o que corresponde a 80% dos casos de câncer de mama.
Em laboratório, a erva Danshen (Salvia miltiorrhiza) mostrou eficácia na
inibição do crescimento das células cancerosas. O composto isolado da planta,
segundo pesquisadores, não só bloqueou os receptores de estrógeno como também
se mostrou mais potente que o tamoxifeno, principal droga usada para tumores de
mama que dependem desse hormônio para se desenvolverem.
A pesquisa, feita pelo grupo do oncologista brasileiro Gilberto Lopes no
Instituto Johns Hopkins em Cingapura, foi publicada no periódico "Cancer
Letters". Lopes também dirigirá o centro de oncologia do HCor.
A equipe isolou da Danshen, também chamada de ginseng vermelho, o
composto ATA. Depois de comprovadas as propriedades antitumorais da substância,
o grupo a enriqueceu para aumentar o seu potencial de se ligar a receptores de
estrógeno.
O composto então se tornou capaz de se conectar ao receptor e estimular
sua degradação.
Hoje, o tamoxifeno, considerado terapia padrão para esses tipos de
câncer, é ineficaz em cerca de 30% dos casos. "O composto ATA tem um
mecanismo diferente e poderia ser uma alternativa", diz Gilberto Lopes.
Segundo o pesquisador, enquanto o tamoxifeno compete com o estrógeno, o
composto derivado da erva atua diretamente no receptor, o que poderia garantir
maior eficácia do tratamento.
Para Marcelo Cruz, oncologista do Hospital São José, é importante que se
tente bloquear a via pelo qual os tumores se alimentam. "Mas o câncer é
bastante complexo e nem sempre tem uma única via", afirma.
Já o oncologista Sérgio Simon, do hospital Albert Einstein, afirma que o
estudo é interessante, mas mais testes serão necessários para provar que o
composto é eficaz e poderá ser usado na prática.