Caros Leitores . . .
O Laboratório de Análises Clínicas Instituto de Análises Clínicas de Santos, onde tive a honra de trabalhar quando comecei minha carreira como Biomédico Patologista Clínico, trás em seu site uma matéria muito interessante sobre Fitoterápicos e Suplementos Alimentares usados em concomitância com alopatias. Vale a pena ler essa matéria se você faz uso de Fitoterápicos. Além do mais, vale a pena também salientar que os fitoterápicos são medicamentos e só devem ser usados quando prescritos por profissional habilitado. Desta forma, não se automediquem ou consumam fitoterápicos pela indicação de amigos ou conhecidos. O que fez bem para ele e foi indicado para ele, não necessariamente será indicado para você.
Atualmente um grande número de pessoas utilizam ervas medicinais sem o conhecimento de seu médico assistente. Isto acontece porque, como são consideradas "naturais", os usuários imaginam que sejam seguras; no entanto, muitas delas contêm substâncias que podem ser prejudiciais, principalmente quando empregadas concomitantemente com medicamentos alopáticos.
A seguir estão listadas algumas ervas que devem ser evitadas em associação com medicamentos:
GINSENG
Entre outros usos, é utilizado como auxiliar do sistema imune e como energizante. Deve ser evitado em associação com warfarina (anticoagulante) porque há possibilidade de aumentar o risco de sangramentos expontâneos. Com antidepressivos como fenelzina pode causar dor de cabeça, tremores e comportamento maníaco. Com digoxina (medicação para o coração) há interferência na sua ação e dificuldade em ajustar a dosagem certa.
O Ginseng também pode reduzir o nível sanguíneo da glicose em diabétIcos (principalmente tipo II), e seu uso associado com medicamentos hipoglicemiantes requer um acompanhamento mais freqüente da glicemia.
GINKGO BILOBA
Utilizado na doença de Alzheimer e na claudicação intermitente, entre outras. Evitar o uso com aspirina, ticlopidine (antiagregante plaquetário), clopidogrel (antiagregante plaquetário), dipiridamol (vasodilatador), warfarina (anticoagulante), pela sua capacidade de aumentar o efeito anticoagulante destas drogas e poder levar a sangramento expontâneo e/ou excessivo. Pode aumentar o efeito de antidepressivos. Com antipsicóticos pode levar a convulsões. A erva também altera os níveis de insulina e requer acompanhamento mais frequente da glicemia.
IPRIFLAVONA
Utilizada no tratamento da osteoporose. Não deve ser tomada com warfarina (anticoagulante), antipsicóticos, tacrina (medicamento para Alzheimer) teofilina (asma), cafeína, tamoxifeno (câncer), ciclobenzaprina (relaxante muscular), cilecoxibe (artrite). A ipriflavona afeta o metabolismo destas drogas, em geral aumentando seu efeito.
ALHO
Usado para vários fins, como na hipertensão, na hiperlipidemia e em problemas cardiovasculares. Evitar seu uso com aspirina, ticlopidina (antiagregante plaquetário), clopidogrel (antiagregante plaquetário), dipiridamol (vasodilatador), warfarina (anticoagulante) porque pode levar a sangramento excessivo. Junto com ciclosporina (imunossupressor) em geral diminui seu efeito, com conseqüências graves como rejeição do transplante. Também diminui o efeito do saquinavir (HIV), com tendência ao aparecimento de resistência do vírus. O alho também pode diminuir o nível da glicemia, as vezes, reduzindo a necessidade de insulina ou de hipoglicemiantes orais em diabéticos.
GENGIBRE
Utilizado para náusea e artrite. Seu uso deve ser evitado com aspirina, ticlopidina (antiagregante plaquetário), clopidogrel (antiagregante plaquetário), dipiridamol (vasodilatador), warfarina (anticoagulante), porque pode levar a sangramento excessivo. Como esta erva aumenta a produção de ácido no estômago, interfere com os antiácidos bloqueadores do H2 e os inibidores da bomba de próton. Pode baixar a pressão sanguínea e o nível da glicemia, o que pode reduzir a necessidade de medicamentos para pressão ou de insulina em diabéticos.
DONG QUAI
Utilizada no tratamento de sintomas da menopausa. Deve ser evitada com warfarina em razão de aumentar o risco de sangramento. Junto com alguns antibióticos, como sulfas e quinolonas, ou outros produtos naturais como a Erva de São João, aumenta a possibilidade de fototoxicidade
ERVA DE SÃO JOÃO
Empregada no tratamento de depressão. Deve ser evitada com antidepressivos porque pode levar a síndrome do excesso de serotonina. Drogas como as inibidoras da protease (medicamento para HIV/AIDS), as inibidoras da transcriptidase reversa (medicamento para HIV/AIDS), digoxina (coração), teofilina (asma), ciclosporina (medicamento para transplantados), quimioterápicos (tumores), nifedipina (antihipertensivo), diltiazem (para coração), warfarina (anticoagulante) e tamoxifeno (câncer), têm seu efeito reduzido, as vezes, com conseqüências graves como rejeição do transplante e resistência do vírus HIV devido a nível subterapêutico do medicamento. Pode, também, reduzir o efeito de anticoncepcionais orais, com risco de gravidez. Devido a esses efeitos a erva deve ser evitada com qualquer tipo de medicamento.
COENZIMA Q.10
Utilizado para problemas cardíacos. Deve ser evitado com warfarina (anticoagulante) por reduzir sua ação, e com quimioterápicos (tumores) pelo mesmo motivo. Pode, também, diminuir a necessidade de insulina em diabéticos.
EFREDA (MA-HUANG)
Utilizada para perder peso e como energizante. Não deve ser associada com cafeína, descongestionantes, estimulantes, teofilina (asma), anticonvulsivantes. A erva por si só já aumenta a possibilidade de ataque cardíaco, infarto e convulsões, e, quando combinada com as drogas citadas, o risco é ainda maior
MELATONINA
É um suplemento utilizado para distúrbios do sono. Deve ser evitado com nifedipina (medicamento para hipertensão e outros problemas cardíacos) porque diminue o efeito da droga . Com fluvoxamina (antidepressivo) pode levar a sono excessivo.
KAVA-KAVA
Utilizado como sedativo. Deve ser evitado com pílulas para dormir, antipsicóticos, álcool e ansiolíticos, porque pode levar a sedação profunda. Em pessoas que sofrem de Parkinson pode haver exacerbação dos sintomas. Esta erva é hepatotóxica.
CONCLUSÃO
Ao contrário do freqüentemente alardeado, que produtos "naturais" são seguros, aqui são citadas algumas ervas que podem levar a efeitos tóxicos significativos e a interações perigosas quando associadas a medicamentos. Com relação ao laboratório, podem ser encontrados resultados anormais em alguns testes nos usuários desses produtos.